quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E onde você está se não aqui ao lado meu?

Paciência é uma virtude, e realmente quem disse isso estava certo, ainda mais quando o assunto em questão é amor, esse sim parece esperar dias, semanas, meses e anos.

- Come vai, só mais um pouco, você não comeu quase nada. - Ele dizia com o garfo cheio na mão posicionado a frente da boca da menina, pronto para estar vazio em alguns instantes e uma feição que faria qualquer menina derreter. Bruna, encarava aquele rosto encantador com os olhos brilhantes e uma cara de enjoo, já que além daquele rosto que prendia sua atenção estava um garfo cheio de comida a qual ela pretendia não comer, mas por insistência de Gustavo foi obrigada. - Você deve estar achando que estou falando de uma criança e seu pai, ou qualquer outro adulto, mas não, eles são perdidamente apaixonados, talvez isso explique a preocupação de Gustavo, ou Guga como Bruna chamava, com a alimentação da menina.
Sempre foi assim, desde quando a memória deles permitem lembrar eles sempre foram próximos, desde pequenos no jardim de infância, um elo sobre natural ligou ambos, e persiste até hoje.
Gustavo era lindo, meigo, educado, cortês, tinha olhos profundos e com um degrade de cores hipnotizador, tão hipnotizante quanto seu sorriso, ele tinha um grande poder sobre garotas, e ele sabia disso. Mas bom, ele não queria usa - lo com nenhuma outra, ele já tinha quem precisava, mas mesmo assim fazia uso, já que ela era apaixonada por ele e pelo sorriso também, segundo ela poderia desarmar um guerra apenas com isso se ele quisesse.
Bruna era tão linda quanto ele, mas não tinha muita confiança disso. Era fofa, sincera, tagarela, carinhosa e com um olhar brilhante e sincero, aqueles sim eram exemplos fieis de espelho d'alma. Ela com suas feições ingênuas por natureza poderia fazer o gelo mais frio derreter, apesar de que com ele não precisaria, além de não ser frio, era perdidamente apaixonado por ela, sua pequena.
Era uma relação de proteção, ele sentia  - se no dever de proteger aquela pequena menina, tão frágil e tão linda, ele se julgava grande para isso e ela amava isso nele, e mais todos as suas qualidades. Ela adorava sentir - se protegida e amada por ele, poderia se perder no emaranhado dos seus braços por conta disso, ela só precisava disso e mais nada, apenas ele era necessário. Já ele gostaria de absorve - la se fosse possível, sua menina, seu neném estava virando uma mocinha e ele não poderia deixar ninguém ousar fazer mal, afinal ela era sua e não pretendia perde - la, e nem ela pretendia ser perdida, uma somava ao outro.
Mas parece que o destino queria fazê - los provar que o amor era grandioso e fez com que ele precisasse se mudar para outro lugar, distante de sua pequena. A princípio ela quis demonstrar felicidade diante do leque de oportunidades que essa mudança faria, mas ela sabia que estar longe dele era suicídio, ela precisava dele mais que tudo. E mesmo assim ele precisou ir, deixa - la mesmo que não quisesse, sua melhor parte não poderia ir com ele. Por mais que eles prometessem usufruir de toda a tecnologia ao alcance dele, não seria a mesma coisa, não teria cheiro, beijos, abraços, afagos, apenas frio e desamparo.
Ela prometeu esperá - lo. Ele prometeu voltar. Por mais que, além da distância, as horas não conspirassem a favor, ela estava ali até tarde o esperando para fazer parte da vida dele ainda, mesmo que sem a presença. No começo foi normal, ele sempre aparecia para que saudades fossem amenizadas, mas isso não durou muito. Ela ficava de plantão e nada, será que tinha a esquecido? Ele não poderia larga - la assim, e toda a proteção e todo o mundo que ele havia prometido? Não, ela não se conformava, ela não cansaria de espera - lo, não agora. Ela precisava dele, de tudo que ele proporcionava, o lugar ali ao lado dela era dele, não adiantaria mares, oceanos, horas, países, nada mudaria aquilo. E então ela ficou ali, com aquela cadeira ao seu lado vazia, com horas sobrando, horas as quais perteciam ele antes, mas ela está ali o esperando o quanto for preciso, por mais que ele não esteja ali, ela estará, pois ele é a coisa a qual ela mais precisa. - Por Isabella Cancio.

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