terça-feira, 27 de abril de 2010

É tudo o jogo de azar, eles dizem no país das maravilhas!

Alice está no seu país das maravilhas, mudando de tamanhos, conhecendo a si mesma a cada minuto diante de tantas mudanças no seu dia. Ela se apaixona pelo chapeleiro, não se atrasa com o coelho e pra variar começa um desacordo com a rainha de copas, tudo muito trivial a todos.
Mas Alice teria ido pra esse seu mundo encantando numa tentativa desesperadora de fugir da sua cruel realidade, ela estava cansada de tanta hipocrisia, futilidades e tudo mais. Alice queria ser louvada por outra perspectiva, não só pelo seu exterior e sim pelo seu interior, o que afinal é o que realmente importa. Alice já estava razoavelmente machucada, ferida, saturada, precisava por alguns momentos esquecer-se disso tudo e viver num mundo maravilhoso, pelo menos aparentemente.
E então Alice mergulhou de corpo, alma e coração nesse mundo, sem temer nada, até porque nada poderia ser pior que a sua realidade e esperava ela que esse mundo fosse maravilhoso, mágico, mas mais uma vez Alice se enganou.
A princípio, tudo realmente parecia novo e mágico, tão perfeito que era quase inabalável Alice chegou a achar seu príncipe encantado. Convocou um exército de amigos fieis e verdadeiros, sempre ali por ela, pelo menos até onde ela achava.
E então Alice continuou a mergulhar, já que estava tudo como ela esperava, mas quanto mais fundo ela ia, mas sem encanto o universo paralelo dela ficava e isso começou a frustrá - la.
E Alice começou a ver os traços tão temidos da sua realidade se repetir na sua fantasia, tadinha da sonhadora Alice, trocou o sujo pelo mal lavado. O príncipe a usou como aquele seu querubim sabe, as namoradas dos seus amigos os afastavam dela, com medo dessa amizade deixar de ser preta e branca e se tornar colorida. Tadinha da Alice via as coisas das quais ela mais fugia se repetir, e seu coração ia se quebrando cada dia mais, dessa vez não teria poção da rainha branca que a fizesse voltar a ter um coração novo.
E então Alice começou a se questionar se realmente valia à pena sofrer em dobro, passar por seus medos duas vezes, duplicando assim a tristeza. Como qualquer pessoa diante disso, Alice ia perdendo o encanto pelo seu país das maravilhas, pensando em tão que se é pra sofrer as mesmas coisas, que se escolha então um único caminho para isso. De repente chegará um momento que Alice prefira optar por só um universo sofredor e de repente o seu país das maravilhar não seja a sua opção principal. Talvez Alice canse de ser tachada como " Alice in wonderland" e prefira o seu mundo real mesmo. - Por Isabella Cancio.

sábado, 24 de abril de 2010

Obrigado por ter se mandado, por ter me condenado a tanta liberdade.

Ultimamente tenho sido tomada por uma alegria contagiante. Não se surpreenda, logo eu que sempre falo de melancolias, hoje vou falar sobre alegria e ainda mais: a alegria que tem me preenchido nesses últimos dias e parece que veio pra ficar.
Bom, tenho que agradece - lo por isso. Você que me deu toda essa felicidade, me preencheu, me animou, me deixou mais bela, mais confiante. Além de agradecer por todo esse bem, principalmente preciso agradecer por ter ido embora, isso sim foi a parte mais importante. Você se foi e deixou toda essa alegria maravilhosa, supreendente, se soubesse disso antes eu mesma teria feito você ir, mas as coisas foram como elas teriam que ter sido. Realmente, obrigado por ter despertado essa felicidade em mim.
Tenho estado feliz nesses dias, feliz como nunca estive, meu coração está feliz, estonteante. Vivo sorrindo, vivo cantando, vivo com um semblante calma e sereno. Minha estima aumentou, minha confiança, meu cabelo está mais bonito do que nunca, afinal o que você fez comigo? Outros já me largaram e não me deixaram assim como você me deixou, eu estou muito melhor sem você do que com você, nós fomos feitos pra dizer adeus pelo visto. Indo você deixou meus dias mais coloridos, mais ensolarados, deixou os meus dias mais eu. Me colocou no centro da minha vida onde tudo precisa acontecer para o meu próprio bem, para minha própria felicidade, engraçado.
Porque você não apareceu antes e partiu antes? Já que eu precisava dessa alegria a tanto tempo, e só agora com a sua partida a tive. Nunca pensei que desejaria tanto que você partisse como hoje, de como te ver indo me deixou bem, me deixou mais eu. Você me apresentou a mim mesma e me mostrou o tão importante eu sou pra mim mesma, minha gratidão por você será eterna por isso.
Muito obrigada por ter me deixado mais eu, por me mostrar todas a minhas qualidades e mostrar que os meus defeitos não são nada perto delas, obrigado por ter me mostrado a minha grandiosidade. E principalmente obrigado por ter se mandado, por eu ter te amado em vão e no final de tudo você ter me apresentando o primeiro e o último amor da minha vida: o meu amor próprio. - Por Isabella Cancio.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mas não demora.

Que curioso, sinto falta de algo que nunca tive. Minha ânsia por amar sempre esteve muito clara pra mim e pra todos ao meu redor, mas como posso sentir falta de um amor que eu nunca tive? De repente eu comece a provar de uma amostra de amor no meu mundo alternativo, nesse mundo o príncipe chegou, viu todo o meu valor, a minha beleza e me deseja como mulher, amiga, amor. Mas no mundo real, esse amor nunca nem acenou pra mim, cômico.
Esse amor nesse mundo alternativo é esplêndido, me faz vibrar, sentir, amar como se fosse real, então começo a perceber o tão grande é o poder do amor, mesmo que esse amor não passe de uma imaginação.
Mas me fez tão bem, tão feliz, tão amada, será que isso realmente é só uma coisa inventada e não sentida? Parece tão real pra mim, tão sincero, porque não podemos ser de verdade, deixar esse mundo inventado e inventar um mundo pra nós? Eu quero que todos os meus sonhos e desejos se tornem verdade, que tudo deixe apenas de existir na minha mente pra existir na minha vida, pra se tornar real.
Eu preciso sentir todo esse amor, todo esse calor, todo esse sabor que eu sinto falta, mesmo nunca tendo tido isso. Preciso provar dessa grandiosidade que estive a um ponto de provar na fantasia e que até cheguei a provar, mas só na fantasia.
Porque não podemos nos tornar realidade, sair dos meus sonhos, da minha imaginação, do mundo inventado pra ser real, pra ser sentido, pra ser amor, pra ser verdade?
Você que eu nem ao menos sei quem é, que de repente ainda não tenha chegado na minha vida, que de repente está mais próximo do que eu imagino, você que eu conheço tão bem e ao mesmo tempo desconheço, disponha – se aos riscos desse sentimento maravilhoso junto a mim, para que juntos possamos descobrir toda as delícias de amar, todas as delícias que no meu mundo particular eu já vi, já provei. Você, a onde você estiver, venha ao meu encontro, eu tenho esperado tanto por você, já passou da hora de nos tornamos um, eu prometo a você que a chama não vai se esvair, esperarei o tempo necessário se você me der a garantia de vir e me fazer feliz, de fazer tudo se tornar real. Mas mesmo assim pesso que não demore, pois pra amar eu tenho pressa, tenho pressa pra ser feliz.
Não tema nada, e se temer lembre - se que eu estarei ao seu lado, segurando a sua mão, mesmo que isso não pareça nada pra você: eu ti darei todo meu amor. - Por Isabella Cancio

quarta-feira, 21 de abril de 2010

E se disserem que o tempo acaba com tudo eu responderei: Então o tempo não existe pra mim.

Eu sempre fui de odiar a frase: Tudo que é bom acaba. Que erro, as coisas só acabam se nós quisermos. Lógico que a morte não depende de nós, ou coisas que dependem de terceiros, mas mesmo assim, posso me esforçar para que o bom dure a eternidade.
Essa frase, na minha opinião, é só desculpa de pessoas que cultivam a comodidade, não querem se esforçar para que as coisas boas durem mais, que horror.
Quando estamos sofrendo, fazemos questão de ruminar toda a dor, ficamos dias, semanas e meses com aquela dor, nunca queremos que ela termine. E ai, quando estamos diante de algo bom nós simplesmente dizemos: Tudo que é bom tem que ter um fim. Como assim? Então todas as risadas, todos os carinhos, os abraços, os momentos felizes tem que acabar, e todas as lágrimas, dores, solidões tem que perduar. Quem foi o louco que ditou essas regras de vida?
Se as minhas coisas boas acabaram é porque eu não tive coragem pra faze-las durarem o quanto eu queria, não quis me esforçar para isso. Se perdi amigos foi porque me afastei, se deixei meu amor pela dança foi porque eu não tive coragem para dar a volta por cima, de superar. Mas não digo que tudo que é bom tem que acabar, se eu tivesse me doado mais não teria acabado, eu sei disso, mas eu tambem fiz do comodismo minha fonte principal de energia.
E o tempo? Tadinho dele, só serve para envelhecer pessoas, acabar com memórias, distanciar relações, ele só serve pra agravar algo já existente. Mas não culpo ele por nenhum fim na minha vida, ele só agravou o que eu comecei, e mesmo que digam que ele começa e termina coisas, eu sempre direi que pra mim o tempo não existe. - Por Isabella Cancio.

domingo, 18 de abril de 2010

Eu não moro mais em mim.

Eu não sei a onde estou, mas por preucação eu deixo a porta aberta(escancarada), caso eu pense em voltar. Eu me olho no espelho, me analizo, reparo nos mínimos detalhes mas eu não me reconheço mais, vem um sentimento estranho, inexplicável. Onde eu estou? Como eu pude me perder no meio do meu própio caminho? Tudo me parece mudado, tudo está de cabeça pra baixo, mas na verdade eu mudei e eu fujo disso por pura comodiade. As minhas músicas já não soam tão bem aos meus ouvidos, nem todos os meus amigos me preenchem como antes, certos programas se tornaram monotonos, minhas roupas parecem não se adaptar mais ao meu corpo, porque tudo tem estado do avesso? simples: eu estou do avesso. Nem tão do avesso assim, minha essência permanece lá, camuflada, se fazendo de durona, mas o resto parece não fazer mas tanto sentido.
Queria poder acordar e tudo voltar a ser como era antes, como eu julgava ser certo e bom pra mim. Mas não, quanto mais acordo mais vejo como as coisas se perderam pra mim, os gostos que mudaram, as conversas que tomam novos rumos, e eu perdida no meio desse monte de coisas desconhecidas, ou conhecidas até demais. Então decidi não acordar mais, porque despertar só me deixa mais distante daquilo que eu gostaria voltar a ser, eu realmente fechei os olhos para isso.
Mas continuo me indagando, onde estarei? Se alguém por favor me vir, me devolva. Mas cheguei a conclusão que eu estou em todos que passaram por mim, cada pessoa levou um pedaço de mim consigo, e me deixou assim, sem me ter. Além de me levarem, me deixavam um pedaço que não era meu como consequência e então acabei virando um quebra cabeça de retalhos diferentes, que precisam se moldar para encaixar - se um com o outro perfeitamente.
Já que eu agora pertenço a vocês, tenho alguns pedidos a fazer: gostaria de pedir devolução, porém acho que isso não será possível e então peço que cuidem bem do que levaram, era precioso para mim. Tambem peço que os pedaços que deixem, sejam parecidos com o que foram, porque os muito diferentes me fazem ter que me adaptar a ser algo que não costumava ser e isso leva tempo. E por fim peço que não levem nada, peço que fiquem, que nunca me deixem, e que se isso for realmente preciso, ao me deixar faça uma cópia do pedaço, pois assim permanecerei com as originais para outras cópias serem feitas. - Po Isabella Cancio.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Amante profissional

Engraçado, não consigo me lembrar de como tudo começou. Antes de você se tornar meu reflexo(fiquem calmos, a explicação para tal afirmativa vira no decorrer do texto) você nem aparecia no meu espelho. Eramos como vampiros para o outro, simplesmente era como se fossemos invisíveis, você já esteve diante de mim por tantas vezes e nós nunca nem nos cumprimentamos educadamente, curioso.
Mas enfim voltamos a ser reles mortais, misteriosamente, e os reflexos vieram com grande intensidade, nada de sentimentos aumentando gradativamente, foi tudo muito rápido e ligeiro, sabe como é, ele não gosta de gastar a saliva dele, ou vai ou racha.
Cumplicidade se tornou nossa característica principal, todos ao nosso redor ficavam curiosos com tal sentimento entre dois amigos, pois todos suspeitavam que eramos bem mais que isso, ai é que a história realmente começou.
Todas as suspeitas sobre o nosso relacionamento decorreram das nossas queridas festas de 15 anos, mas venhamos e convenhamos, nós sempre demos motivos para tal desconfiança, temos muita química dançando, deveriamos virar bailarinos juntos, risos. Dança vai, dança vem, e entre as batidas da música os destinos foram se entrelaçando, sem um beijo, sem carícias, apenas com a amizade.
Assumo que no começo disso tudo eu me encantei por você, todos sabem que eu tenho uma certa queda por fisionomias de anjo, e com você não foi diferente, seus cachos angelicais me encantaram logo de primeira, mas esse encatamento se transformou em pura amizade.
Nós realmente somos como namorados, um reflexo de opostos do outro, você é quase a autoconfiança em pessoa e eu de confiança não tenho nada, mas você me empresta um pouco da sua. Talvez toda essa oposição fez com que nos tornassemos realmente namorados, mas não como os convencionais, pois namoros normais acabam, o nosso perdura, mesmo que um de nós namore uma outra pessoa. Nós temos tudo de um namoro normal, menos a parte prazerosa da coisa, mas não vejo isso como um problema. Gosto de ter você assim, pois nunca teremos um fim, nos manteremos assim sempre, sem crises, brigas, nada, estaremos sempre assim como eternos enamorados, porém sem beijos.- Por Isabella Cancio.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O grito



Segunda a tarde era o dia do meu teste de redação, e como já era de se esperar estava nervosa, redação nunca foi minha especialidade. Quando me limitam a um tema, a uma quantidades de linhas, a um tipo de texto, isso me amedronta, me intimida. Mas redação, infelizmente, é uma das partes que mais pesam no vestibular, logo tenho que me dedicar a ela, mesmo que isso seja um grande esforço para mim. Mas tudo bem, já me adaptei a esse medo por escrever, estava "preparada" para o tal teste, mas mal sabia eu que não era fazer uma redação o teste, e sim perguntas e respostas sobre dissertações apresentadas pelo professor, ai é que ferrou tudo, tive vontade de gritar.
Respirei, contei até dez e comecei a ler o primeiro texto. O texto era fantástico e logo acalmou - me, o texto se chama "O grito" da Martha Medeiros. Como vocês sabem bem, se o texto fala sobre a verdade eu logo me identifico, adoro mostrar verdades a tudo e todos, mas esse falava da verdade de uma forma singular. Segundo o texto, mesmo que você diga:
"Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para outro"
, na verdade você sabe sim, mas por algum motivo você não revela se gosta ou não da sua namorada.
Por mais que a gente tente disfarçar, lá dentro a verdade grita muito, nós até tentamos abafar esses gritos, mas é infrutífero, a verdade se impõe. Nós sempre sabemos o que sentimos, mesmo que isso vá contra a nosa vontade ou objetivo, a verdade está lá no fundo, por mais que tentemos ignorar. E tentando nós ainda corremos o risco de adoecer, pois a verdade retida incomoda.
Mas acredite, por mais inseguro ou indeciso que você demostre, no fundo você sabe quais são as verdades, mas por motivos externos aprisiona isso. - Por Isabella Cancio.

"A verdade grita. Provoca febre, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona e finge esquecer. Mas há uma verdade única: ninguém tem dúvida sobre si mesmo."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Mulher de fases.


12 anos, 4380 dias, 105120 horas, aproximadamente essa é a quantidade de tempo que eu a conheço. Diante de tanto tempo eu poderia escrever um livro, não acha? Pois é, não posso, minha memória me traí mais uma vez, não consigo me lembrar de quase nada, as lembranças fogem de mim, ela vive me lembrando de tudo que eu gostaria de ter guardado, e com isso acabo de revelar sua primeira qualidade: tem uma boa memória. Isso pode ser bom ou ruim, depende de como você analisar, mas não entraremos nesse mérito.
Ela é como a lua, tem fases, e como conheço essas fases. Quando a conheci ela estava no auge da sua fase de menina mais mimada da face da terra, egocêntrica, metida, só conseguia pensar no próprio umbigo, egoísta, cara, como eu te aguentava? hahaha. Apesar dos apesares, eu continuava ali por você, sempre, até porque você tinha suas qualidades, era e é uma ótima amiga e com o tempo se tornou uma irmã, tanto que tentou me fazer chamar o seu pai de meu pai, mesmo que você fosse possessiva com seus familiares, você sabia que eu não tentaria roubá-los. Eu tinha a impressão que essa fase só piorava, você se tornava cada dia mais focada no seu próprio mundo, em você, até o dia que eu cansei disso tudo.
Em consequência nos afastamos por mais ou menos quatro anos, decisivos.
E um belo dia você me adiciona no Orkut, assim do nada. Eu aceitei já pensando: espero que esteja menos mimada, assumo, mas me surpreendi. Você estava diferente, visivelmente menos mimada, mais amorosa, mais amiga mesmo, mais preocupada com os outros, até mais com os outros do que você mesma. Tinha (tem) um novo amor platônico, pelo qual faz qualquer coisa, por quem sofre, passa mal, fica feliz ou fica muito triste. Depende da fase, têm dias felizes, outros tristes, outros malucos, outros nostálgicos. Desculpe dizer isso, mas você anda meio bipolar, haha, não que eu me importe, sempre aguentei suas maluquices numa boa, sem problemas, já me acostumei, mas de repente alguém se importe. Mas se alguém se importar me avise, você tem motivos de sobra para ficar assim, os fins consideravelmente justificam os meios. E fique tranquila, eu te amo muito assim do jeito que você é, tantos nas fases felizes, tantos nas tristes. - Por Isabella Cancio

"Complicada e perfeitinha,
Você me apareceu.
Era tudo que eu queria,
Estrela da sorte.
(...)
Mulher de fases!"

domingo, 4 de abril de 2010

Amor e ódio: retas paralelas.


Você com certeza não irá me entender, o que já é uma rotina, você nunca me entendeu, nem quando eu não era tão complexa. Mas isso não é mais um problema entre nós, será a última vez que você tentará me decifrar. Nós sempre precisamos conversar, mas agora não é mais necessário, você só deverá ler essa carta, pois elas são as minhas últimas palavras sobre nós, nós não, eu. O que eu quero dizer é mais uma das minhas maluquices, que mesmo sendo minhas eu não saberia explicar, ou simplesmente não quero pois não preciso, pra mim elas sempre bastaram como são, até porque são minhas.
Pra você já é mais que comum eu não saber o que quero e principalmente o que eu sinto, na verdade você nunca se importou com os meus sentimentos, mas sim até onde eu iria em nome deles, esse sempre foi seu principal interesse.
Bom, pela primeira vez eu irei direto aonde eu quero chegar, de repente ninguém nunca mais seja tão franca com você quanto eu pretendo ser, ou nem eu mesma não terei mais um ataque de verdade tão profundo quanto esse. De repente eu não seja a única a sentir isso, mas talvez seja a única a ter coragem suficiente pra dizer por consequência da minha compulsão pela verdade: Eu te odeio.
Antes, quando eu tinha a ilusão de ser amaada apenas uma pequena parte de mim não conseguia suportar seus defeitos e suas atitudes que me machucavam. Hoje em dia além dessa pequena parte, o meu corpo todo foi tomado por essa rejeição pelos seus defeitos. Todo aquela perfeição e magia que o meu errônio amor proporcionava acabou, era falso, os pilares feitos de areia que sustentavam o "nosso" amor desmoronaram e levaram toda aquela ilusão.
O fato deu ter descoberto que você nunca me amou não muda a realidade deu ter te amado, ou pelo menos ter achado que aquilo era amor. Se não era amor, era algo que me fazia achar isso. Eu só te amava quando você era uma pessoa que na verdade você não é, quando você me acalentava, me beijava, me abraçava, e isso não pode ser amor, mesmo eu jurando que naquela época era. Além de não ser amor como eu achava, era um sentimento que eu sentia por alguém que eu não conhecia, isso sim é frustante.
Volto a falar o que eu sempre te falava, não quero que você mude, outras pessoas te amam do jeito que você é, ou tenta ser, então não funcionaria a sua mudança já que à outras pessoas seu jeito satisfaz. Mas precisava dizer isso, para enfim parar de dizer que eu realmente não sei o que eu quero ou o que eu sinto.
Agora preciso terminar essa carta, te lembrando que isso é um adeus e não um até logo para o termo "nós, nosso, a gente". Agora só existirá o eu, e eu continuarei aqui te odiando e continuarei sentindo algo que eu julgava ser amor, mesmo que o ódio supere esse sentimento. - Por Isabella Cancio.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Queira alguém pra chamar de nós.


Depois do efeito dos beijos sem compromisso, as pessoas alugam os ouvidos do primeiro que passar a sua frente queixando - se de solidão e rejeição. Mas a maioria persiste no erro de não querer ser de ninguém, mas querer que alguém seja seu. Mas além de persistir nesse erro, cometem outro, o de querer possuir pessoas, ai sim a situação torna - se caótica.
Como você pode perceber essa história fala de um sentimento: o Amor. Logicamente não poderei defini - lo pra você, até porque eu mesma não poderia fazer isso em alguns casos por não saber se aquilo realmente era amor, mas posso tentar achar que sei desse assunto(que fique claro que achar é a certeza do não saber).
Como já é sabido, a definição de amor é dois em um, que erro cruel. Para se ser dois, temos que aprender a ser um. Antes de amar outro, precisamos nos amar. Como você pode desejar que alguém te ame se nem você mesmo se ama ? Contraditório não? Já que o primeiro e o último amor é o amor próprio.
Então, depois que você aprende a se amar, a se achar linda e tiver a conciência de que só você pode se fazer feliz, você pode ir para a segunda parte: o amor entre duas pessoas, ai começa mais um dilúvio de erros.
Primeiro você deseja que alguém seja seu, mas pense, nem você mesmo se pertence, muito menos outra pessoa poderá te pertencer. Logo depois disso vem a falsa crendice de que quando se ama somos dois em um, que balela. Mal conseguimos ser uma pessoa completa sozinhos, imagina ser duas pessoas em uma? Fora que isso seria se anular, não existe duas pessoas iguais ao ponto de se tornarem um só, existe o fato de que uma pessoa é mais compativel com você do que outra, de que os defeitos dessa pessoa nós suportamos mais do que de outra.
Entenda que não podemos usar pronomes possessivos em relação ao amor, só pronomes do caso reto, pois eles é que são classificados como sujeito. Ao invés de querer chamar alguém de seu, queira chamar alguém de nós, pois assim você poderá ser junto com a outra pessoa, ser agente ativo da história que será escrita e vivida, o que o pronome possessivo não poderá fazer, ele só sofreria as consequências das suas escolhas, e até a onde eu sei não seria amor.
Amor não é só maos, braços, beijos, abraços, vai muito além disso, muito mais a fundo. E não saberia te dizer quanto tão profundo vai, e mesmo que soubesse, seria algo que você teria que descobrir sozinho, essa é a graça do amor: a descoberta. - Por Isabella Cancio.

A verdade grita e isso incomoda.


Eu sempre tive necessidade em escancarar a verdade, e isso nunca foi bem vindo. Não sinto medo do silêncio, pois não temo o grito da verdade. Nossa, quanta autoconfiança não? Que nada, mera ilusão. A autoconfiança não depende do quanto você suporta a verdade, ela está ai a mercê de todos, basta você querer aceita - La, porque a verdade na maioria das vezes doi, incomoda, fere. Você provavelmente deve estar pensando: Que menina estranha, compulsiva por dizer a verdade e assim acabar ferindo as pessoas. Mas acreditem, não digo nada com a intenção de ferir e sim com a intenção de evitar feridas futuras, porque as verdades mais cedo ou mais tarde chegarão até você e de uma maneira horrível, por pessoas que realmente irão querer te magoar, ao contrário de mim.
Não se chateiem comigo por conta dessa minha obsessão por verdade, só quero prevenir vocês da ilusão, pois eu vivo num mundo criado, e a dor da futura queda dessa terra do nunca pelo peso da verdade é bem maior do que a verdade puramente dita. Encare os fatos: ele não é o príncipe encantado, você não é a última coca do deserto, nenhuma das suas pessoas queridas serão pra sempre, por mais que você queira, isso é mentira. Mesmo que você diga que se você acredita nessa mentira ela se torna verdade, não é verdade, e você sabe que isso ecoa no seu interior por mais que você renegue isso. Não sou fria, frígida e nem sem coração, mas entenda eu só digo a verdade para te poupar da sua própria ilusão e das suas futuras quedas, para que junto a mim você consiga digerir os fatos que estão escancarados a sua frente e você resiste em ignorar.
Você pode não gostar do meu posicionamento, pois poderá argumentar que eu vivo num mundo no qual eu inventei na minha cabeça, que nada é real. Mas para seu bem eu não desejarei isso a você, eu sempre te falarei o que você teme ouvir, o que você não quer ouvir, mas o que você precisa ouvir. Isso é a minha maior prova de amor a você, te poupar de feridas futuras, por eu já ter sentido essas dores antes, mas mesmo assim se você quiser viver numa ilusão como eu, estarei aqui, para sempre berrar a verdade em seus ouvidos e com isso desmoronar seu mundo de fantasia, e você continuará fugindo delas e reconstruindo sua terra do nunca. Mesmo sabendo que meus gritos são fatos, e ignora - los não irão altera - los. Eu sempre irei te "ferir" para poder te poupar. - Por Isabella Cancio.