sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pintada assim vou levando.

Talvez você ache que por existir duas pessoas em uma, uma delas seja apenas uma máscara, mas não é. Não tem nada de dupla personalidade, bipolaridade, falsidade e sim apenas uma maquiagem - armadura, apenas um leve disfarce para seguir a vida.
A maioria talvez nem conheça a verdadeira pessoa, até porque ambas são verdadeiras, a única diferença é que a interna une as qualidades da externa com alguns defeitos, vírgulas, rachaduras que as pessoas não entenderiam bem, ou não gostariam de ter contato.
Há uma pintura de alegria pra amenizar o conteúdo que não anda tão alegre, de repente assim o interior se contagie com a alegria pintada e fiquem todos alegres, todos num mesmo ritmo e sentimento. Nem sempre isso acontece, no caso, quase nunca, mas da pra disfarçar perfeitamente de quem desconhece o fato de existir duas "faces". Poucos tem o prazer(ou desprazer) de conhecer ambas, mas quem conhece consegue reparar no olhar, já que é o espelho da alma. Mas digamos que até eles enganam quem não tem muita prática em conhecer alguém dois em um, é complexo, parece que existe sempre algo a mais, porém é instigante. Quanto mais se descobre, mais se tem a descobrir e parece não ter fim, porém tem só que talvez você nunca vá conhece - lo, se não a graça é toda perdida por esse caminho.
Vamos falar agora de tais duas faces, ou do disfarce e do verdadeiro conteúdo, talvez assim tudo fique um tanto quando mais claro.
Começaremos então de fora para dentro, já que o que está por fora é muito mais visível e acessível. No exterior existe um colorido, uma alegria, uma energia surreal. O otimismo de um futuro melhor, de coisas melhores e de soluções está ali bastante presente, parece ser indestrutível, se sente assim, quase imortal, inabalável, jovem, feliz, pelo menos acha que se sente. Mas ao contrário do que parece, nem tudo são flores como eu prometi e prometo, e eu sei bem disso. No fundo, nos bastidores, atrás das cortinas nada é assim como parece, há uma tristeza constante, uma indignação com a realidade, um pessimismo inacreditável, uma pessoa que sofre e que reprime isso. A pessoa interior por mais obscura que pareça, tem todas as características da exterior, ma lá no fundo o lado negro da força parece dominar e tudo de belo, bonito, meigo que existe dentro e fora torna - se um tanto quanto pequeno, as dores, as marcas, as rachaduras parecem ser bem maiores.
Talvez o exterior seja dessa forma porque de tanto "fingir" estar bem acabe clareando o negro que está no interior, que o vestido de borboletas rosas contamine as borboletas negras que insistem em tampar a visão de quem está dentro. Mas enquanto isso, o formoso vestido de borboletas rosas disfarça o que na alma tenta - se sufocar. - Por Isabella Cancio.

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