segunda-feira, 29 de março de 2010

Penhasco do amor.


Não poderia cogitar a hipótese de me apaixonar por você, mas ela existe e está tão próximo de mim quanto você. Ninguém imaginaria que a princesa se apaixonaria pelo vagabundo, minto alguém imaginaria sim essa paixão: a própria princesa. Até então, não disse nada de novo, o interessante da paixão é gostar das pessoas erradas, mas ai é que essa história se torna diferente, ele seria a pessoa certa. E então vocês me questionariam: Se ele é o menino é o certo, essa paixão acabará mal, o amor não gosta de coisas certas, ele gosta do errado, do contrário. O que sustenta o amor é o paradoxo entre pessoas opostas, essa é a parte mais emocionante.
Mas acalme - se, a princesa tem motivos para concluir que ele seria a pessoa mais certa pra ela. O amor é como um penhasco, quando se está disposto a ele você topa saltar dele e estar á margem de tudo o que ele te reservar, a todas as adrenalinas que ele te proporcionará. Adrenalina começamos a falar do tal vagabundo, ele fazia o coração da realeza vibrar, o penhasco começava a fazer efeito. O que a fascinava era como ele a fazia ser, ele a fazia a ser de carne e osso e deixar toda a sua classe pra trás, ensinava - a a alegria do pecado e ela ficava feliz em não ser tão divina. E então ela começaria a perceber que era tão “plebeu” quanto ele, e isso a fazia cair de amor ainda mais e a cada dia desejava que ele fosse seu. A tanto tempo que a princesinha ansiava por sentir, é sentir, você não leu errado. Ele a fazia sentir tudo que ela não imaginaria, ela era como ele, era como ela gostaria de ser. Não demorou muito para que as noites de descanso dessa novata no amor fossem tomadas por seu plebeu, então ela ao invés de dormir para descansar, começaria a dormir para sonhar, até o dia em que esse sonho virasse a pura realidade, até o dia em que seu plebeu em volta de todo seu universo errado a tomasse nos braços e a levasse para seu lado negro da força. Negro não, o lado vibrante da coisa. - Por Isabella Cancio.

sábado, 27 de março de 2010

Você nem se despediu, me diga porque você se foi e deixou meu mundo tão frio.


"Não sei porque você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar
Você marcou na minha vida
Viveu, morreu na minha história"

Pois é, nem tudo é pra sempre, principalmente a vida. Morrer é hiperbólico como eu já deixei bem claro abaixo, mas as fontes as quais eu descobri isso não são tão agradáveis quanto o texto, tive que sentir o amargo gosto pra saber.
Você na sua esplêndida beleza, como pude deixar passar isso? Você permaneceu por 23 anos em cima daquela cama, para que eu na minha humildade insignificância pudesse ir lá contempla - La nos meus míseros 16 anos de existência e eu demorei tanto pra isso. Você, com o seu sorriso que poderia iluminar a cidade, sempre estava ali, para que eu todos os dias eu chegasse da escola, passasse a mão nos seus cabelos e beijasse a sua testa, e isso te fazia feliz como ninguém poderia imaginar. Você tão impotente diante de todo o mal que a rondava, que contradição, sempre feliz no meio de tantos aparelhos, impossibilidades, deficiências.
Como seu sorriso pode me abandonar? Como eu não decifrei aquele último olhar como um adeus, um olhar que penetrava a minha alma e eu sabía que dizia alguma coisa, eu sentia o que você tentava me dizer, mas a minha insignificância não me permitia admitir.
Na manhã seguinte do adeus, simplesmente seus rastros foram apagados, quando acordei todos os seus 23 anos de existência tinham sumido, mas eu ainda tinha como recorrer as minhas lembranças. Fechava meus olhos e lembrava exatamente do seu cheiro, da textura da sua pele, da maciez do seu cabelo, mas isso não durou muito. Você me deixou de vez, me abandonou pra descansar, eu não a sinto mais perto, eu não me lembro mais de você, suas lembranças se distanciam, você se distância de vez, cadê você? Eu suplico que de onde você esteja que você se reaproxime, como você pode estar tão longe, eu não me conformo com a distância, com a traição das minhas falsas lembranças eternas, não suporto te matar dentro de mim, não aceito. Assumo que na minha falsa mente você ainda não morreu, eu comunico a todos isso, mas o meu coração não me permite acreditar, que tolo.
Parece que essa noite as minhas súplicas foram atendidas, e você de onde estava voltou e me fez sonhar. Eu me encostava perto da sua cama como costumava fazer, olhava no fundo dos seus olhos, passava as mãos nos seus cabelos macios como nuvens e então você abriu aquele sorriso que iluminava todos ao seu e redor e eu te disse: que saudades de você, não te vejo a tanto tempo. E então eu acordei, com o coração apertado e uma lagrima no olhar, porém feliz com a sua breve visita. Eu te amo e isso a morte não conseguiu mudar, a minha irmãzinha tão linda na sua singularidade sempre será meu eterno orgulho. Beijos da sua irmã Isabella.

Agora a porta está trancada.


Cara, eu desisto! Não tenho mais forças pra continuar nisso, não tenho mais estômago e nem coração pra persistir. Você conseguiu o que queria depois de tantas besteiras, sujeiras, ridicularidades, você me afastou de você. Agora eu me amo, me coloco num pedestal e me louvo, eu me preso, eu me venero já que você não conseguiu nem ao mínimo gostar de mim, você queria se apoderar do meu corpo. Cansei de você e principalmente cansei do que você me fazia ser por você, do que eu era perto de você, cansei de ser inferior e subestimada.
Eu te amei mais que a mim, muito mais e em troca de que? De nada, você gostava de me ter aos seus pés e isso acabou, enfim. Todos me avisaram, me alertaram, mas você além de levar meu coração, roubou todos os meus sentidos, todos estavam focados apenas em você. Só tive olhos pra você, meu paladar anciasava pelo gosto dos seus beijos, seu perfume exalava no meu quarto, a minha pele suplicava pelo seu toque e a sua voz gritava nos meus pensamentos, você não me devolveu esses sentidos, me fez criar outros. Hoje em dia tudo é oposto, a minha pele implora por distância de você, seu gosto e cheiro me enjoam, meus olhos choram ao te ver, e a sua voz? Não consigo mais escuta - La e nem ao menos identifica - La, meus pedaços em construção de coração fizeram com que esse efeito surgisse.
A porta do meu coração sempre esteve aberta pra você ir e vir quando quisesse, e por sinal você soube usufruir bem dessa liberdade. Porém agora ela está trancada pra você, te tranquei lá fora, fiz questão de não deixar nenhum espaço para você voltar, apenas a porta de saída está aberta pra você, na verdade nem essa, pois você já saiu e todas as portas se trancaram. Você sabe voar, sabe estar livre pra voar, irá se sair bem. - Por Isabella Cancio.

Um buquê de espinhos, sem rosa.


Todo mundo muda, somos como borboletas: somos lagartas um dia, entramos num casulo, passamos um tempinho lá e nos transformamos em borboletas, mas cabe ao casulo definir se será uma exuberante borboleta rosa ou imponente preta. Bem, digamos que o casulo dos seres humanos são os problemas e situações as quais passaram, isso determina muitas coisas externamente, mas não internamente, ai é que mora o perigo. Assumo pra vocês que eu já fui tão delicada como pétalas de uma rosa, insuportavelmente frágil como elas e adoradora da cor rosa. Porém o meu casulo não foi dos melhores, e então eu me tornei e aprendi a ser uma espécie de imponente borboleta negra com minúsculos pontinhos rosa, camuflados, pois deixar a mostra a minha exuberância rosa é um perigo, preciso manter minha imponência negra pra que nenhum entomologista da ordem lepdoptera me capture e me mate para ser mais uma figurinha da sua coleção. E depois desse casulo, deixei no interior meus traços de pétalas rosa, para me tornar um buquê de espinhos.
Mas pensa só, o que seria da rosa sem seus espinhos? Graças a eles existe a proteção, para livra – La de tudo que a faz mal e para que ela não perca o que a faz bem, o que a deixa bem. Se você pensar bem, os espinhos são mais belos do que a flor, porque ela mesma, tadinha, só serve pra ser protegida, ficar a margem de seus predadores com a sua beleza, delicadeza e fragilidade. Os espinhos sim que deveriam ser reverenciados, eles é que fazem o trabalho sujo, enquanto a rosa fica na efusiva. Por isso eu prefiro esconder as minhas pétalas rosa embaixo de muitos espinhos, para que só consigam chegar a minha fragilidade quem resistir aos meus espinhos, esses sim serão merecedores da minha essência, pois não irão me machucar, irão apenas me acrescentar coisas boas, esses sim são merecedores de toda a minha exuberância e beleza, enquanto os outros terão que se contentar apenas com um buque de espinhos, sem rosa alguma para poder ferir. - Por Isabella Cancio.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Hiperbólico.


Venhamos e convenhamos morrer é banal. Um belo dia você está dormindo e simplesmente não acorda, ou você ganha uma bala perdida enquanto estava na faculdade e simplesmente não resiste. E todos os seus planos pra semana que vem? Todas as suas contas e objetos pessoais? Todos os seus entes queridos? O que fazemos com isso tudo? Todos serão obrigados a resolver os seus problemas, já que você está impotente eternamente em relação a eles, e logo você que dizia: não mexa nas minhas coisas. Você demorou 80 anos pra construir tudo, deixar seus sinais, abrir contas, casar, ter filhos, se formar e em menos de um mês todos os que ficaram serão obrigados a apagar os rastros de uma vida, todo o suor de anos de construção são apagados em um mês, sem nenhum esforço, como uma borracha apaga um lápis, irônico não? E depois da morte, simplesmente acabou? Você vai precisar de milênios pra descansar apenas uma curta vida de 80 anos, vira pó, some, simplesmente é apagado do mapa, que exagero. Você pode ser a pessoa mais precavida e morre, ou pode ser a mais porra louca do mundo e morre também, que hipérbole ridícula. Logo você que odiava ficar com o nariz entupido encheram você com algodão para deixar bem claro que acabou, nenhum ar entra por ali, a vida evaporou no último suspiro. E você pensa: não fiz tudo o que tinha pra fazer, não dancei aquela última dança, nem comi aquele doce dos meus sonhos, muito menos fiz aquela viagem, não disse palavras de amor a quem amo e depois do último suspiro você não terá como dizer. E você que era o mais perfeccionista deixou muitas coisas inacabadas que ou serão interrompidas por quem restou ou serão finalizadas por eles também. Será que isso é realmente certo? Será que o valor da vida só é realmente dado quando estamos diante da morte, é preciso essa banalidade acontecer pra que possamos ver o quão à vida é grandiosa e ligeira, que horror. Parece que somente diante de tal catástrofe, quando não dá mais pra voltar atrás podemos ver o quanto éramos felizes e realmente não sabíamos, que momentos pequenos eram grandiosos, que realmente nada é pra sempre até mesmo você que se julgava um super herói. O ser humano realmente é um eterno paradoxo, só consegue ver o valor da vida diante da morte, que burrice, logo no momento em que não temos segunda chance. Também nesse momento onde presidentes, mendigos e papas são reduzidos ao mesmo patamar: pó. E então eu te pergunto: adiantou todo o império, poder, dinheiro, egocentrismo, egoísmo pra no final todos serem reduzidos a mesma coisa? - Por Isabella Cancio.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Tudo que vai sempre volta, até um querubim.


Pois é, pelo visto a ingênua menina constatou que o antídoto não foi tão eficaz assim, e que as últimas gotas não tomadas do doce veneno realmente não eram necessárias, ela já estava corrompida pelo seu falso anjo. Ela não é nenhum gato para ter sete vidas logo a sua única curta vida tinha sido tomada por aquele veneno em forma de mel, mas essa não seria a pior parte, a pior seria ela se deixar levar até o fim, isso sim é desesperador para mim. Como diz a minha mãe "o pior cego é aquele que não quer ver", ela já tinha deixado de ser a pior cega para se tornar uma topeira, tudo passava diante do seu nariz, ela chegava a sentir o gosto das falsas palavras que o seu anjo dizia que eram como facadas no seu pobre coração (ou projeto de) e mesmo assim ela estava ali até o fim por aquele final terrível, era como se ela ansiasse pelo seu próprio fim trágico, o veneno se tornou tão fatal que ela deixaria de pensar no seu bem para pensar como seu corruptor e assim desejar o mesmo que ele: seu fim. Mas como ela poderia estar tão vendada ao ponto de não perceber que aquele sentimento feroz de amor e paixão do começo da corrupção não existia mais, a sua atração havia ficado escassa e o que a motivaria a isso tudo ainda, pois mesmo ouvindo as falsas palavras doces e ilusórias ela não se sentia completa, seu coração se espremia cada vez mais ao ouvir e dessa vez nem a falsa sensação de felicidade existia para conforta - La um pouco se quer, a ilusão não era tão eficaz como antes. Que loucura isso, ela querer sua morte por um motivo inexistente, perdido no meio dessa corrupção. Pois é, a ingênua menina não queria assumir pra todos que o amor já deixará de existir a muito tempo, nem a ela mesma queria assumir, ela precisava daquilo pra viver, precisava desse sentimento doentio pra sua existência, tinha sede disso, porém ela escolheu a fonte errada pra matar a sede. No fundo, ela sabia que o amor estava extinto, a atração escassa e acho que nem a amizade tinha resistido, mais o que teria feito com que esses sentimentos intensos acabassem assim de uma forma tão abstrata? Pois é, ninguém saberia dizer, mas o falso anjo teria colaborado muito para isso, indo contra a própria filosofia da ilusão, e a ingênua menina estaria ali sucumbida por essa lava incompreensível do seu enorme vulcão de sentimentos sem previsão para acabar atividade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Um brinde à nós mulheres portadoras da sedução.


Um brinde a todas as mulheres com jornadas triplas: dona de casa, mãe e esposa. A todas que andam horas em cima de um belo salto agulha sem perder a pose, a todas, que como eu, passa pelo dia "meu cabelo acordou pra me atormentar hoje" o que é comum durante a adolescência (quando nós mais necessitamos da colaboração dele, vai entender), que soube lidar com aquelas espinhas asquerosas que brotavam bem no dia daquela social light tão esperada. Um brinde àquela mãe que se desdobra pra pagar as contas e alimentar seus filhos com um salário mínimo conseguido através da sua cansativa rotina de doméstica das madames (insuportáveis que não sabem o valor do dinheiro, pois pra elas tudo é muito fácil), brindaremos também àquelas que diariamente batalham e vencem a guerra contra o câncer, mesmo que a tal esteja desenganada e só resta desfrutar de seus últimos dias de vida com um sorriso no rosto, brindarei também à quem luta contra o preconceito da AIDS que não é contagiosa ou qualquer outra DST, também não posso esquecer de todas aquelas possuem alguma dificuldade física ou psíquica que na nossa sociedade banal é tão discernida (e o lema somos todos iguais, onde fica mesmo?). Um brinde a todas as mulheres operárias que estão bem abaixo da classe baixa, pois são miseráveis com o vergonhoso salário que ganham fazendo trabalhos braçais rurais como homens e que ficam horas debaixo desse Sol para que nós os burgueses possamos desfrutar de tudo ao nosso alcance, não podemos esquecer de todas as que convivem todo dia com violências domésticas ou que já superaram esse mal ou então que sofreram violência na rua. Brindarei também a todas as mães que tiveram que ser pai e mãe de seus filhos por não saberem que o escolhido para a paternidade era um perdido e desmoralizado, também não esqueceremos todas as mães que carregaram durante 9 longos meses seus filhos para que quando chegassem a uma idade mais avançada virariam desgostos ambulantes. Um brinde a todas que aturam seus irmãos e irmãs mais velhos mandões, ou os mais novos chorões ou até mesmo os gêmeos que são seus espelhos sobre duas pernas, a todas as quais o país onde vivem a sociedade ainda é extremamente machista e com isso terem que ser subordinadas a seus maridos subestimados.
Enfim, um brinde a mim, a você e a todas as outras que não foram citadas mas que vencem as conturbações diárias e fazem exatamente o que os homens fazem com algumas diferença: em cima de um belo par de saltos sem nunca perder a compostura, com muito mais sensibilidade, entre outros. - Por Isabella Cancio.

terça-feira, 2 de março de 2010

O doce veneno de um querubim


Desde de que sentiu o toque do dono daquela pele branca como a neve ela nunca mais foi a mesma. Sempre que via aquele cabelo lisinho, loiro como um anjo seu coração quase pulava para abraça - lo, aquele abraço acolhedor, era como se nada de ruim acontecesse no emaranhado daqueles braços que não eram fortes, mas eram confortavelmente aconchegantes. Não precisou de muito pra que ela se apaixonasse, principalmente depois do beijo, ai sim os sintomas da famosa "paixonite aguda" evidenciaram - se de vez. Toda vez que ela o beijava era como se provasse de um mel tão doce, que sua vontade era se lambuzar daquele doce sem um fim. Porém, não era bem assim que aquele menino com características de anjo (aparentemente) a via, e aquele melado começou a se tornar o veneno mais doce o qual ela provou, e quanto mais se lambuzava, mais ela queria e mais a matava gradativamente, de uma maneira incrivelmente prezerosa, esse sim é o pior dos venenos. E aquele falso anjo começou a mostrar as suas asinhas, e acredite, ninguém ia querer ve - las como a doce menina, pois de angelical ele só tinha a aparência, pois o sentimento carnal o tomava cada vez mais em relação a ela, enquanto ela, tadinha dela, se lambuza mais com o doce veneno. Mas quando ela foi provar das últimas gotas fatais do veneno, ela resolveu parar, já estava satisfatoriamente envenenada, já bastava pra ela, mas não pra ele, pois a menina começou a ver o quanto aquele veneno a corrompeu em relação a ele, e que de doce era só o gosto mesmo, pois a sensação era amarga, afinal ele não a amava, ele só desejava a sua corrupção pelo veneno e futuramente a sua fatal morte por ele. E então a menina foi morrendo aos poucos, não como efeito do doce veneno, pois em relação a ele o antídoto foi bem eficaz, mais sim com o efeito do terrível sentimento de desilusão. Porém, parece que esse querubim acabou se apaixonando pela sua vítima, e ela enfim começaria a ouvir as doces palavras que tanto queria na época que se corrompia pois ele começaria a provar do seu próprio doce veneno corruptor, mas será que agora o antídoto deixará essas doces palavras corromperem a ingênua menina outra vez ? - Por Isabella Cancio