terça-feira, 5 de outubro de 2010


Entre duas pessoas sempre há uma que ama mais, quem dera não fosse eu sempre. Não é qualquer pessoa que consegue se expor completamente sem medo e sem pensar nas duras conseqüências que isso trará, é mais confortável estar sob aquela película espessa que parece uma fortaleza contra machucados ou sensibilidade. Ser eternamente apaixonada requer pagamentos de altos preços e de abertura de muitas feridas, se entregar completamente ao outro e só esperar o sim ou o não é um risco que ninguém quer correr, todos preferem ser quem diz o sim ou não, preferem ter alguém a ser de alguém. Mas não adianta, ninguém é propriedade de ninguém, e essa incerteza de que a pessoa estará ali sempre é o que mais dói, contar com a possibilidade de que um dia ele vá dizer adeus sem ao menos dar uma explicação é amedrontador, pois você apenas pode assistir ele indo e toda a sua felicidade junto a ele.
E então você jura aos sete ventos que nunca mais ninguém irá te fazer sofrer um terço do que aquela pessoa fez, mas ai você se engana, pois o próximo te faz sofrer o triplo, é como se fossemos fadados a ver partidas e sofrer sempre. Você fica ali sentada apenas esperando o próximo vir, avassalar seu coração e um belo dia abandona – La, por mais que você ache que dessa vez será diferente o mesmo filme se repete dia após dia.
Mas então, o que te leva a ser atriz principal desse filme de novo? É fazer as próprias feridas persistir nisso, mas é preferível viver assim a nunca se expor e ter medo disso.  É preferível sentir do que se acorrentar pra sempre à aquela película protetora que tira todos os seus sentidos. Até porque morrer de amor, é viver dele. - Por Isabella Cancio.

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